quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Origens do Rock


Essencialmente híbrido na origem, o rock music inclui elementos de vários estilos de música americana: o blues acompanhado da guitarra black; o blues e o ritmo black, produzidos com solos de saxofone; a música góspel branca e negra; a música country e western; o som dos cantores de rádio popular e os grupos de harmonia. Em 1954-55, epóca de seu surgimento, o rock era mais conhecido como "rock'n'roll". Após 1964, ele era simplesmente chamado de "rock music". Essa mudança na terminologia indica uma continuidade e ao mesmo tempo um rompimento com o período anterior; o rock não servia somente para dançar. Também nessa época, a música foi influenciada pelos grupos britânicos, assim como os Beatles.
Os anos 50: Bill Haley e o Rock'n'Roll
A primeira gravação rock'n'roll que obteve popularidade nacional foi "Rock Around the Clock" produzida por Bill Haley e The Comets, em 1955. Harley fez sucesso ao criar uma música voltada para a juventude, que incluía suas batidas empolgantes, a necessidade de se dançar e o efeito de suas letras. A melodia era claramente tirada por sua guitarra elétrica; as letras eram normais e simples. Haley acabou abruptamente como a ascendência das baladas suaves e sentimentais, que eram populares nos anos 40 e início dos 50. Ele também obteve êxito ao utilizar o ritmo black e o blues, de forma que o público de adolescentes brancos pudesse entender.
O blues, e o "rhythm and blues", também eram identificados como adultos, sexuais, revoltados e únicos pela cultura negra, por isso foram aceitos tanto emocional como comercialmente, sem precisar de adaptações. A principal gravadora havia anos que produzia gravações apenas para o público black, por isso era chamada de "race records". O surgimento do rock'n'roll trouxe um significante enfraquecimento na resistência da cultura negra. O incomparável rock'n'roll black que Haley criou, pode ser ouvido em produções sexualmente adultas de artistas como Hank Ballard e os Midnighters ("Work with Me, Annie") ou o "Grande" Joe Turner ("Shake, Rattle, and Roll"), ou no último som adaptado por Haley para um público branco que é "Dance with Me, Henry".
O rock'n'roll foi feito para ou sobre os adolescentes. Suas letras traziam temas comuns da adolescência: escola, carros, férias, pais e o mais importante, amor. Os principais instrumentos do velho rock'n'roll eram a guitarra, o baixo, o piano, a bateria e o saxofone. Todos os aspectos da música - sua batida pesada, a sonoridade, as letras auto-absorvidas e a liberação da loucura - indicavam uma rebeldia dos adolescentes pelos valores e autoridade dos adultos. Entre os influenciadores dos anos 50 estavam Chuck Berry ("Johnny B.Goode"), Little Richard ("Good Golly Miss Molly"), Sam Cooke ("You Send Me"), Buddy Holly ("Peggy Sue"), Jerry Lee Lewis ("Great Balls of Fire") e Carl Perkins ("Blues Suede Shoes").
Final dos anos 50 e início dos 60: Elvis,
Motown e a Invasão Britânica
O maior símbolo do rock'n'roll entre 1956 e 1963 foi Elvis Presley, um motorista de caminhão de Tupelo, Miss., que tornou-se cantor. Sua liberação melancólica e sexual atraía diretamente o público jovem, enquanto que horrorizava os mais velhos. Como o rock'n'roll havia se tornado um sucesso financeiro, as gravadoras que o consideravam uma coqueluche, começaram a garimpar novos cantores; eles geralmente faziam sucesso ao comercializar as suas músicas mais rebeldes. No final dos anos 50, por exemplo, estavam na moda as canções sentimentalmente mórbidas, assim como "Laura" e "Teen Angel".
Nesta época, Detroit tornou-se um centro importante para os cantores negros, então, surgiu um certo tipo de música conhecida como "Motown" [motor town], que foi nomeada pela Motown Records. O estilo é caracterizado por uma pessoa que canta canções melódicas e impressionistas, acompanhada de um grupo elegante com harmonias compactas e articuladas. Os expoentes populares deste estilo são: Temptations, Smokey Robinson e o Miracles, Diana Ross e o Supremes, e. Gladis Knight e o Pips.
O rock music tornou-se popular novamente em 1962, com o surgimento dos Beatles, um grupo de quatro rapazes com cabelos longos, de Liverpool, Inglaterra. No início, eles foram aclamados por suas energias e personalidades individuais atraentes, e não pela inovação de suas canções, que tiveram influência de Berry e Presley. A popularidade deles inevitavelmente incentivou outros grupos com nomes anormais. Um dos mais importantes destes grupos foi o Rolling Stones, cuja música derivou da tradição black do blues. Estas bandas britânicas instigaram o retorno às raízes blues do rock'n'roll, apesar de já possuírem características mais barulhentas e eletrônicas

Final dos anos 60 e início dos 70: Anos Dourados do Rock
Folk-Rock
Uma importante transformação do rock ocorreu em 1965, no Newport Folk Festival, quando Bob Dylan, um notável compositor e escritor de canções poéticas populares e letras de protesto social como "Blowin' in the Wind", apareceu tocando uma guitarra, acompanhado por sua banda de rock eletrônico. Assim, o folk-rock ocupa o seu espaço, com grupos que utilizam arranjos e cantores de rock, os quais compõem letras poéticas para suas canções (exemplo, "Norwegian Wood" e "Eleanor Rigby" dos Beatles). O arranjo do The Byrds da música "Mr. Tambourine Man" de Bob Dylan, é um clássico do folk-rock. Bandas como The Mamas And The Papas; Peter, Paul and Mary; Donovan; e The Lovin Spoonful tocavam um tipo música que foi classificado como folk-rock.
Canções de Protesto e a Cultura das Drogas
Nos anos 60, a música espelhava as tensões da Guerra do Vietnã e desempenhava um importante papel na cultura americana. O conteúdo verbal das canções de rock traziam rebeliões, protestos sociais, sexo e principalmente drogas. Muitos grupos, entre eles o Jefferson Airplane e o Grateful Dead, tentavam expressar na música, o sentimento aural das drogas psicodélicas, produzindo sons longos, repetitivos e esquisitos com letras surreais (conhecidos como "acid rock" ou "hard rock").
Em 1967, os Beatles novamente fizeram história com o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, que, além de incluir canções que alertavam sobre as drogas, apresentava um corpo com peças interligadas, que constituía um todo orgânico. Ele foi considerado o primeiro "conceito de álbum". Outros trabalhos subseqüentes a este e com a mesma tendência foram o musical rock Hair (1968) e a ópera rock Tommy, composta e tocada pelo The Who.
O Rock Vem Com a Idade
No final dos anos 60, o rock estava amplamente relacionado a um importante padrão musical. Músicos como Miles Davis e John McLaughlin, e grupos como Traffic Or Blood, Sweat e Tears tentaram unir o rock ao jazz, enquanto que outros artistas como Leonard Bernstein e Frank Zappa queriam conectar o rock à música clássica. Os grupos que se destacavam pelos seus guitarristas, dentre eles Jimi Hendrix, Eric Clapton, Duane Allman e Jimmy Page, continuaram a executar variações com temas blues clássicos, utilizando instrumentos tradicionais do rock'n'roll.

De 1967 para frente, os festivais de rock começaram a entrar na sua melhor fase, pois milhares de jovens os freqüentavam justamente para ouvir rock music. A maioria destes festivais pacíficos e bem sucedidos foi realizada em Woodstock, N.Y., em agosto de 1969. Porém, mais tarde, um evento semelhante, que trazia os Rolling Stones e foi realizado em Altamont, Califórnia, foi marcado por vários incidentes violentos que foram filmados, houve até um assassinato. Por volta de 1970, várias celebridades do rock - Janis Joplin, Jim Morrison e Jimi Hendrix - morreram por excesso de drogas. As características andrógenas e perigosas passadas pelos Rolling Stones foram levadas ao extremo pelos artistas Alice Cooper e David Bowie, que, talvez, eram mais famosos pela ambigüidade sexual e comportamento fora do comum, em suas músicas.
Final dos anos 70 até hoje: Punk Rock, Video Music e Roqueiros de Meia Idade
Um fato importante do rock ocorreu no final dos anos 70 com o punk rock, que foi uma resposta a estagnação do gênero e um protesto político niilístico. Iniciou-se, evidentemente, na Grã Bretanha, por bandas como Sex Pistols e The Clash. O punk rapidamente tornou-se popular nos EUA. No início dos anos 80, o rock music havia se modificado consideravelmente. O Black Flag, o Dead Kennedys e outros grupos também adotaram temas de protestos políticos para compor suas músicas.
Durante os anos 80, os vídeos se tornaram um forma popular de promoção e entretenimento. Porém, no final dos anos 80, várias bandas, inclusive Nirvana, Pearl Jam e Mudhoney, continuaram seguindo a linha do punk rock, utilizando temas políticos e celebrando a própria falta de virtuosidade técnica. Nos anos 90, velhas bandas, entre elas o Grateful Dead e o Rolling Stones, tornaram a conquistar popularidade, não só dos jovens, mas também de muitos fãs de meia idade.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Os 10 maiores guitarristas de todos os tempos!

 
a revista americana TIME elegeu os 10 maiores guitarristas de TODOS os tempos, com direito a uma breve descrição do PORQUE tais nomes foram tão notórios para a história da música.
 
Confira a seguir:



1. JIMI HENDRIX
 
O maior de todos os tempos? Talvez. Ninguém fundiu blues, rock e psicodelia com tanta facilidade ou usou uma guitarra com tanto carisma.


2. SLASH
 
Um guitarrista notavelmente preciso que teve que aturar mais merdas dos vocalistas com quem tocou do que qualquer outro nesta lista. Ele chegou onde chegou parcialmente por causa de sua cartola? Sim, ele chegou


3. B.B. KING
 
Ele não chama sua guitarra de Lucille para ser bonitinho. Com a ênfase de King no vibrato, ela soava como uma verdadeira mulher cantando blues.

4. KEITH RICHARDS
 
O mais notável dos discípulos de Chuck Berry [bb] é também o criador de riffs memoráveis – “(I Can’t Get No) Satisfaction”, “Jumpin’ Jack Flash”, “Gimme Shelter [bb]“, “Start Me Up”, etc. – como nenhum outro no rock ‘n’ roll.
5. ERIC CLAPTON

Fluente em todos os estilos do blues, Clapton é provavelmente mais conhecido como o rei do Tulsa Sound. Ele está entre os guitarristas mais melódicos, usando seus solos para mover uma música ao invés de pará-la.


 6. JIMMY PAGE
 
O som da guitarra de Page soava como seis guitarras, e o peso de sua mão direita é a chave para o som instantaneamente reconhecível do Led Zeppelin.


7. CHUCK BERRY
 
O pai da guitarra do rock ‘n’ roll, sua influência destacada ainda é vista em muitas músicas atualmente


8. LES PAUL
 
Um guitarrista maravilhosamente talentoso, Paul tinha uma série de hits futuristas na década de 50. Mas sua música foi superada por sua invenção: Paul foi o pioneiro no design e construção das guitarras modernas, que fizeram todos os outros desta lista bastante ricos.


9. YNGWIE MALMSTEEN
 
O super rápido estilo “neo-clássico” do sueco – ele coloca como suas principais influências Bach e Paganini – é um borrão de escalas e precisão técnica. Isso quase te faz esquecer que a grande maioria das músicas dele são tão rápidas que não dá para escutar direito.


10. PRINCE
 
Ele cantava um pouco, mas Prince [bb] também tocava a guitarra principal. O solo de “Let’s Go Crazy” é frequentemente citado como exemplo de seu estilo frenético, mas covers de “Just My Imagination” e “While My Guitar Gently Weeps” provam que ele também pode tocar sob controle.

 Eu sei que existem alguns nomes que poderiam estar ai, no lugar de outros. Mas aí, vai do gosto de cada um e, todo mundo sabe que jornalista não é o cara mais indicado para listar esse tipo de coisa!


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Os 10 Frontmen mais polêmicos do rock

Rock n’ roll não combina com banquinho e violão, certo? Uma mistura de rebeldia, loucura e pura atitude é o que mantêm a contracultura viva no coração de todos os roqueiros.


Confira abaixo a lista dos mais audaciosos frontmen, que depois de muita pancadaria, destruição de quartos de hotéis e agito de públicos gigantescos, entraram para a história do rock.



Ozzy Osbourne

Expulso de sua própria banda, Black Sabbath, devido ao freqüente uso de drogas e apresentações destrutivas no fim dos anos 70, o ‘Madman’ Ozzy Osbourne mesmo em sua carreira sola não tomou jeito e continuou chocando o mundo com suas maluquices no palco. A maior delas foi quando, acreditando ser uma brinquedo de plástico, comeu a cabeça de um morcego em um show nos anos 80.


Jim Morrison

Arruaceiro de primeira, o vocalista Jim Morrison, da lendária banda The Doors, era um exímio consumidor de bebidas alcoólicas e muito ácido-lisérgico, o que provocava diversos incidentes. Em 1967, o cantor foi preso depois de incitar começar tumulto em um de seus shows; e também em 1969, quando mostrou para o público suas partes baixas!


Freddy Mercury

O vocalista do Queen por muitos é considerado um dos melhores cantores da história do rock. Farokh Bulsara, também conhecido por Freddy produziu junto de sua banda grandes hits além de canções épicas como a balada Bohemian Rhapsody. O cantor possui uma presença de palco inegualável, seu bigode e calças apertadas são sua marca registrada, lógico que junto de sua habilidade de conduzir o público.


Kurt Cobain

Quando o Nirvana explodiu no começo dos anos 90 com suas músicas de ira, depressão e dúvida, Kurt Cobain tornou um ícone imediato para milhares de jovens que rapidamente se identificaram com sua mensagem. Encrenqueiro, polêmico e auto-destrutivo, o cantor mostrou toda a sua fúria contra a cultura pop. O irônico: a cultura pop adorou Kurt.



Axl Rose

Com comportamento agressivo, Axl Rose, líder da banda Guns n’ Roses, é um briguento inveterado: já foi processo por bater em fotógrafos nos seus shows, jogou um televisor do quarto de hotel na primeira vinda da banda ao Brasil, brigou com os membros originais da banda e, em seu último show por aqui, ameaçou a parar o show depois que alguém lhe jogou um copo de cerveja.


Jimi Hendrix

O lendário guitarrista entre muitas de suas polêmicas, sem dúvida a mais famosa foi atear fogo em sua guitarra durante um solo épico, como você pode conferir no vídeo abaixo. Com muita expressão e solos intermináveis de pura psicodelia, Hendrix fazia multidões irem a beira da loucura aos sons de sua guitarra.


Cazuza

Ex-líder da banda carioca Barão Vermelho e depois cantor solo, Cazuza revolucionou o rock nacional pregando ódio ao tédio e a caretice generalizada. Do início da carreira até a sua morte por AIDS, em 1990, seu espírito satírico e sua atitude rebelde dentro e fora do palco chocaram a mídia e a sociedade brasileira.


Noel Gallagher

Conhecido como uma das pessoas mais mal humoradas do rock internacional, o vocalista da extinta banda Oasis, Noel Gallegher coleciona atitudes infames como frontman. Brigas com fotógrafos e jornalistas, entrevistas polêmicas sobre drogas e sua ex-banda (ele já chegou a afirmar que eram maiores que os Beatles) e a eterna rixa com seu irmão Liam, que ocasionou o fim da banda, são apenas alguns exemplos.



Cássia Eller

Homossexual, irreverente e cheio de energia, Cássia Eller foi uma das maiores cantoras do Brasil. Sua atitude rebelde e despretensiosa escandalizou diversos conservadores; mas também agradou milhares de fãs.


Iggy Pop 

O pai do punk sempre chocou todos no palco. Maluco e inconseqüente, Iggy se cortava com vidro no meio da apresentação, enchia a plateia de porrada e estava sempre sob efeitos de inúmeras drogas. Hoje, aos 62 anos e mais calmo, o cantor revelou que se aposentou do ‘mosh’, depois de sofre um belo tombo em um show em Nova York.



domingo, 11 de setembro de 2011

O grande segredo dos Beatles


 
 
A história é um famoso "hoax" segundo o qual, supostamente, Paul McCartney morreu há mais de 40 anos. Uma morte que os membros do grupo ocultaram desde então.
 
O acidente
Em meados dos anos 60, a carreira dos Beatles estava em pleno apogeu. Tinham várias canções no topo das paradas de sucesso do mundo todo, e estavam no caminho de se converter na banda musical mais famosa de todos os tempos. Mas quando o sucesso vem tão rápido, é inevitável que surjam os choques de ego entre os membros do grupo.

Assim, segundo a lenda, em 9 de Novembro de 1966, Paul McCartney abandonou o estúdio de gravação de Abbey Road depois de uma forte discussão com seus colegas; pegou seu Aston-Martin e saiu a toda velocidade sem prestar atenção à estrada até que, ao chegar a um cruzamento, não prestou atenção ao semáforo e foi abalroado por um caminhão.

Brian Epstein, então empresário dos Beatles, foi avisado imediatamente do acidente. Supostamente, Paul tinha ficado tão desfigurado que só foi possível identificá-lo através da arcada dentária. Misteriosamente, Brian conseguiu que a polícia não fizesse referência à morte de Paul. No relatório policial simplesmente constava que um homem jovem tinha perecido no acidente, mas que não teria sido identificado.

Procurando um sustituto
Os Beatles não podiam se permitir perder um membro da banda em seu maior momento de popularidade. A morte de Paul supunha um conflito de interesses, já que este era, junto a Lennon, o membro mas popular do grupo e o preferido entre as mulheres. Lennon e McCartney eram a alma do grupo e os compositores da maior parte das canções. Por isso, e depois de superar o choque de sua morte, Epstein teve uma idéia descabelada: procurar um sustituto, um clone que pudesse pelo menos substituir Paul em sessões fotográficas e atuações. Para sua voz nas gravações, utilizariam diferentes cantores que pudessem imitá-lo.

Finalmente o suposto escolhido, um jovem chamado William Campbell, saiu-se melhor que a encomenda: cantava bem, era ótimo músico e muito parecido com Paul, mas contava com duas importantes diferenças: era destro (Paul era canhoto) e só sabia tocar guitarra. Não foi problema; depois de alguns meses de treinamento no manejo do baixo com a mão esquerda e mais alguns retoques estéticos, estava pronto para sua apresentação em público. Durante anos o falso Paul enganou, mas de repente, em 1969...

Surge a suspeita !

O rumor da suposta morte e substituição de Paul McCartney apareceu pela primeira vez em 1969. Tudo começou com um telefonema que alguém chamado "Tom" fez a Russ Gibb, um famoso locutor da WKNR-FM. Graças a cagüetagem, Russ narrou por rádio uma das lendas urbanas mais memoráveis de todos os tempos: a suposta morte de McCartney e o posterior encobrimento.

Pouco depois, Fred Labour, um estudante da Universidade de Michigan, publicou uma curiosa análise no jornal da Universidade sobre "Abbey Road", o disco lançado pelos Beatles nesse mesmo ano. Fred assegurava que na capa e nas letras das músicas do disco se encontravam numerosas pistas que delatavam a existência de uma grande conspiração para ocultar a morte de Paul.

Começaram a realizar-se comparações visuais entre fotografias de McCartney tomadas antes de 1966 e fotografias de anos posteriores (que supostamente seriam de William Campbell). E assim surgiu a lenda. Em alguns meses, os fãs de todo mundo tinham encontrado centenas de referências ocultas ao trágico acontecimento.

O descontentamento dos Beatles
Supostamente os Beatles, descontentes com o secretismo criado ao redor da morte de seu parceiro, dedicaram-se a deixar pistas dispersas aqui e ali sobre o que realmente tinha acontecido. O grande segredo dos Beatles só seria revelado para aquele que soubessem seguir as pistas deixadas pelo grupo em suas obras posteriores a 1966. Vejamos algumas delas:
 
- Sgt. Pepper's Lonely Hearts Clube Band (1967)
Este álbum conta com uma das capas mais famosas da história da música e, ao mesmo tempo, cheia de simbolismo para a lenda urbana em questão. Nela aparece uma fotografia dos quatro Beatles vestidos como sargentos diante de uma colagem de rostos célebres, entre os quais Marilyn Monroe, Bob Dylan, Cassius Clay, D.H. Lawrence e até Shirley Temple. À esquerda dos Beatles de carne e osso aparecem umas estatúas dos mesmos em cera, mais jovens (tal como eram antes da suposta morte de Paul) e vestidos de traje escuro. Todas os personagens estão ante o que parece ser uma sepultura aberta pelo que a simbologia da morte é evidente.
 




 

Sobre a cabeça de Paul, na capa do disco, aparece uma mão aberta. A mão aberta é um símbolo da morte em algumas religiões orientais. É o caso, por exemplo, da chamada "Jain Hand", um símbolo de uma doutrina indiana que representa a reencarnação do alma. Este fato parece ter ainda mais significado se levarmos em conta a relação dos Beatles com a cultura indiana. Ademais ainda poderia ser o símbolo cristão de benção.
Entre estas e outras "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Clube Band" foi o primeiro disco dos Beatles que incluía a letra das canções. Em duas delas há claras referências à morte de Paul. Na faixa 6, "She's Leaving Home" há uma estrofe que diz "Wednesday morning at five o'clock". Estes seriam o dia e a hora exata do suposto acidente de carro. Na última faixa do disco, "A Day In The Life", a letra é ainda mais clara quando diz: "He blew his mind out in a car, he didn’t notice that the lights had changed" (Ele perdeu a cabeça num carro, não percebeu que o semáforo tinha mudado).

- Magical Mistery Tour (1967) e The White Album (1968)

  Os Beatles aparecem fantasiados de animais na capa do disco. Enquanto três deles estão de branco, Paul está vestido de negro (a cor da morte). Paul é a morsa ("Walrus", em inglês). Na canção "I'm The Walrus" (Eu sou a morsa) é John Lennon que canta,   portanto a morsa é ele. No entanto, posteriormente, na canção "Glass Onion" do álbum "The White Album", John Lennon canta  "Well here's another clue for you all. The walrus is Paul" (Bem, aqui há uma última pista para todos vocês. A morsa é Paul). Além do quê, ao final de "I'm The Walrus" pode escutar-se uma voz que diz "Bury me, bury me, bury my body... Oh finally death" (Enterra-me, enterra-me, enterra meu corpo... Oh finalmente morto)

 
 - Yellow Submarine (1969)
O submarino que dá nome ao disco aparece na parte inferior da imagem. A letra da canção que dá título ao disco: "Sky of blue, sea of green in our yellow submarine" (Céu azul, mar verde em nosso submarino amarelo). O submarino representa o ataúde de Paul, enterrado numa colina de grama verde.

Mas este não é o único símbolo claro, já que de novo volta a aparecer a mão aberta sobre a cabeça de Paul.

- Abbey Road (1969)
A capa do último álbum da banda também esta carregada de referências à morte de Paul. Os quatro Beatles aparecem em fila, como encenando um cortejo fúnebre. John Lennon vai vestido de branco: é o pregador, Ringo está de luto, é o amigo do defunto. George Harrison, a sua vez, vai vestido com um roupa informal, estilo cowboy: é o coveiro. Paul é o único dos quatro que está descalço e caminha com os olhos fechados. Em muitas culturas orientais, os defuntos são queimados descalços. Notar também que seu passo está descoordenado com respeito aos demais, como se não pertencesse à procissão.


Por último, o carro negro estacionado à direita, em segundo plano, parece um carro fúnebre. O resto de detalhes são mais sutis, mas claramente reveladores. Há duas pistas que são especialmente importantes. A primeira é que Paul está fumando com um cigarro na mão direita. Recordar que Paul McCartney era canhoto enquanto William Campbell, seu suposto sustituto, era destro, ainda que tenha aprendido a tocar o baixo com a mão esquerda para disimular esta diferença. O segundo detalhe é a placa do fusca branco estacionado em segundo plano, "28 IF" (28 SE) 28 anos seria a idade que teria Paul McCartney no lançamento do disco SE ainda estivesse vivo.


Conclusão:
Notem que toda a história é bem enredada e por mais que pareça (seja) um boato, apenas uma lenda urbana, poderia ter muito bem acontecido sim.

Além de quê, os fatos que geraram todo este "hoax" poderiam sim ter sido uma jogada de mestre e de marketing criados pelo empresário para manter a banda sempre em evidência. Some se ao fato de serem músicos sensacionais e que que estavam a frente de seu tempo não poderia resultar diferente: A melhor banda de todos os tempos.


sábado, 10 de setembro de 2011

as Causas das Mortes dos Astros do Rock


Jimi Hendrix, morto em 18 de Setembro de 1970 aos 27 anos
Guitarrista mais influente de todos os tempos. Morreu sufocado em seu próprio vômito amarrado em uma maca a caminho do hospital por causa de uma overdose de barbitúricos


Elvis Presley, morto em 16 de Agosto de 1977 aos 42 anos
Talvez o maior nome do rock and roll de todos os tempos (embora nos últimos anos de sua vida viesse se dedicando cada vez menos a rock e cada vez mais a baladas românticas). À medida que sua carreira declinou se tornou consumidor abusivo de drogas medicamentosas (abominava drogas propriamente ditas como cocaina, heroína ou maconha). Entre outras se destacavam em seu coquetel químico diário medicamentos para perda de peso e controle de apetite, tudo associado a um ritmo de shows e gravações intermináveis. Foi encontrado desacordado no banheiro onde devia ter desmaiado algumas horas antes. Só foi declarado morto no hospital. Não foi constatada em seu corpo nenhuma droga ilegal e a causa oficial da morte foi falência cardíaca.


John Lennon, morto em 8 de Dezembro de 1980 aos 40 anos
Vocalista e guitarrista da banda Beatles. John voltava a seu apartamento no edifício Dakota em Nova York acompanhado de Yoko Ono. Na entrada do edifício foi atingido por cinco tiros de calibre 38 disparados por Mark David Chapman, um fã a quem John havia dado um autógrafo pouco antes. John chegou morto à sala de emergência do Roosevelt Hospital. Chapman, aparentemente um desequilibrado, não tentou fugir da cena do crime, afirmando que havia matado Lennon por causa das controversas declarações do vocalista sobre religião na década de 60. Chapman cumpre prisão perpétua.


Bon Scott, morto em 19 de Fevereiro de 1980
Vocalista da banda AC/DC. Oficialmente Bon Scott morreu de causas naturais. Mas visto que ele voltava de uma bebedeira na noite de sua morte, é mais provável que ele tenha morrido por causa da bebida, sufocado com seu próprio vômito. Ao voltar de uma festa Bon, desacordado, foi deixado por um amigo no carro. Apenas no outro dia foi constatado que ele havia morrido. Há boatos de que haveria heroína envolvida mas isso nunca foi confirmado


Frank Zappa, morto em 4 de Dezembro de 1993 aos 52 anos
Lendário guitarrista experimentalista lider do grupo Mothers Of Invention e mais tarde em carreira solo. Morreu de câncer na próstrata em sua casa após longo período de doença (em que não deixou de produzir).


Robert Johnson, morto em 16 de Agosto de 1938 aos 27 anos
Cantor e guitarrista de blues, um dos precursores do rock and roll. Acusado (já na década de 30 atente-se bem para isso) de manter um pacto com o demônio, morreu após sentir-se mal em um show e passar três dias em estado de coma. Provavelmente foi envenenado por uma amante ou marido ciumento. Também existem versões de morte por espancamento, apunhalamento e armas de fogo diversas, mas apenas a versão do envenenamento tem alguma credibilidade.


Stuart Sutcliffe, morto em 10 de Abril de 1962 aos 21 anos
Baixista integrante dos Beatles no início da carreira. Morreu de hemorragia cerebral (em virtude de uma briga de bar ou de uma overdose de anfetaminas, não se sabe ao certo).


Eddie Cochran, morto em 17 de Abril de 1960 aos 21 anos
Pioneiro do rock. Morreu em um acidente de carro quando um pneu estourou e o veículo colidiu com uma árvore. Estava acompanhado de Gene Vincent que sofreu apenas ferimentos.


 Brian Jones, morto em 3 de Julho de 1969 aos 27 anos
Guitarrista dos Rolling Stones. Jones foi encontrado morto boiando na piscina de sua casa.


Jim Morrison, morto em 3 de Julho de 1971 aos 27 anos
Vocalista e líder da banda The Doors. Foi encontrado morto em uma banheira pela namorada Pamela Courson. Na noite anterior Jim havia reclamado de dores no peito. No certificado de óbito (sem autópsia) constou apenas falha cardíaca. Não oficialmente crê-se que Morrison pode ter consumido heroína pensando ser cocaína.


Freddie Mercury, morto em 23 de Novembro de 1991 aos 45 anos
Líder e vocalista da banda Queen. Morreu menos de 24 horas depois de declarar oficialmente que tinha AIDS.


Kurt Cobain, achado morto em 7 de Abril de 1994 aos 27 anos
Líder da banda Nirvana. Suicidou-se no auge da fama com um tiro de espingarda na cabeça sendo encontrado apenas cerca de dois dias depois. O corpo foi achado por um eletricista contratado para instalar equipamentos de segurança que arrombou uma janela após desconfiar que havia algo errado. Ao lado do cadáver foi encontrada uma nota de suicídio escrita com tinta vermelha, endereçada à mulher Courtney Love e à filha Frances. A grande quantidade de heroína encontrada em seu corpo leva um grupo mais desconfiado a supor que Kurt foi assassinado (por não ser possível a alguém tão dopado colocar a arma na cabeça e puxar o gatilho
 

 John Bonham, morto em 24 de Setembro de 1980 aos 32 anos
Baterista do Led Zeppelin. Bonham deixou Worcestershire para encontrar com a banda nos Bray Studios para planejar a tour pelos Estados Unidos que iria acontecer. Ele consumiu vodka com suco de laranja durante a viagem. Depois da reunião a banda seguiu para a casa de Page em Windsor, onde Bonham continuou bebendo. Por volta de 1h45 da tarde do dia 25 de setembro o técnico de som Benji Le Fevre foi procurar por Bonham e verificou que ele não tinha pulso. Um médico foi chamado e confirmou a morte de Bonham. A autópsia revelou que a causa da morte foi um acidente: Bonham morreu sufocado no próprio vômito após beber o equivalente a 40 doses de vodka. Em 4 de dezembro de 1980 o Led Zeppelin confirmou oficialmente o fim da banda visto que não achavam possível prosseguir sem o baterista original.


Randy Rhoads, morto em 19 de Março de 1982 aos 25 anos
Guitarrista da banda de Ozzy Osbourne. Morreu quando o avião em que viajava chocou-se ainda no solo com um hangar.



Cliff Burton, morto em 27 de Setembro de 1986
Baixista da banda Metallica. Morreu (provavelmente enquanto dormia) em um acidente com o ônibus da banda rumo a Estocolmo, na Suécia. O ônibus capotou e seu corpo foi jogado para fora sendo esmagado pelo próprio ônibus.

Ian Curtis, morto em 18 de Maio de 1980 aos 23 anos
Cantor da banda Joy Division. Epilético e sofrendo de depressão, se enforcou depois de ver o filme "Stroszeck", de Werner Herzog e ao som do disco "The Idiot", de Iggy Pop. A banda viria a ficar famosa com o nome New Order.

 
Sid Vicious, morto em 2 de Fevereiro de 1979 aos 21 anos
Baixista da banda Sex Pistols. Em 12 de Outubro de 1978 Vicious havia apunhalado até a morte a sua namorada Nancy Spungen (história romântica retratada no filme Sid & Nancy) no Chelsea Hotel. Morreu por causa de uma overdose de heroína durante uma festa na casa de sua mãe em comemoração a sua libertação.


Eric Carr, morto em 23 de Novembro de 1991
Baterista da banda Kiss. Morreu de Câncer.
Janis Joplin, morta em 4 de Outubro de 1970 aos 27 anos
Considerada a maior cantora de blues branca da história. No auge da carreira morreu de uma overdose de heroína no Landmark Hotel em Los Angeles. Foi cremada e suas cinzas jogadas na costa de Marin County na Califórnia. O álbum Pearl que ela deixou gravado foi lançado após sua morte.




Frank Zappa





Enquanto no âmbito do rock 'n' roll a maioria dos artistas creditam a inspiração para se tornar um músico a artistas como Elvis Presley, Chuck Berry ou Little Richard, Frank Zappa confessava que embora adorasse r&b e fizesse parte desta geração, sua curiosidade e interesse por ser compositor e músico nasceu ao ouvir o disco Ionization do compositor erudito Edgar Varese.
Sempre um menino atirado, chegou a pedir aos pais, como presente de aniversário, a permissão para fazer uma ligação interurbana para Nova York para poder conversar com o mestre. Zappa era ainda um adolescente no científico quando falou com a senhora Varese, Edgar estando em viagem pela Europa. Frank Zappa acabaria nunca conhecendo pessoalmente o mestre, mas faria constantes referências a sua música durante a carreira, tornando celebre a frase "O compositor moderno se recusa a morrer." pronunciada por Varese em 1921.
Nascido Frank (e não Francis) Vincent Zappa, em Baltimore, no dia 21 de dezembro de 1940, mas crescendo e vivendo toda sua vida na California, nos arredores de Los Angeles, Frank Zappa, ainda adolescente, conhece e faz amizade com Don Vliet. Juntos formam algumas bandas como the Omens e the Soots, tocando o material r&b de costume. Tocou também em bandas multirraciais, coisa difícil e inaceitável para a época. Durante a faculdade, atuou como tocador de bumbo na banda oficial do time de futebol americano da universidade, até ser expulso por ser pego fumando com o uniforme da banda. Cigarros e café, por toda sua vida, se mostraram ser seus dois maiores vícios depois da música.
Após a faculdade, no final da década de 50, casou e investiu seus talentos em uma firma de cartões para todas as ocasiões, escrevendo seus dizeres. A frustração do seu meio de vida, acoplado ao relacionamento insosso dentro do casamento, o leva ao divorcio. Abandonando as duas frentes, conseguiu através do contato de um ex-professor, um contrato para compor a trilha sonora para um filme B. Algumas músicas desta trilha reapareceriam em discos futuros de sua carreira, como por exemplo, a canção "Duke Of Prunes." Com o dinheiro de "Run Home Slow", titulo do filme, Zappa compra uma guitarra e um pequeno estúdio de gravação à beira da falência em Cucamonga, que batiza de Studio Z. Nele Zappa passaria a morar e trabalhar exclusivamente com música.
Para se sustentar tocava em diversas bandas de fim de semana, como também gravava e compunha material para diversos artistas da região, de menor ou nenhuma expressão. A sua banda mais constante, mesmo que com uma formação em constante mutação, é The Blackouts, com quem toca por quase quatro anos.
Um dia ele recebe a incumbência de fazer uma gravação "picante" com insinuações sexuais, supostamente para alegrar uma festa.Com a ajuda de uma amiga, que ele apelidou de Suzy Creamcheese, eles fizeram alguns barulhinhos com um colchão de mola e soltaram gemidos e risadas e no dia seguinte, entregou a fita para o seu cliente esperando a recompensa financeira combinada. Acontece que o cliente era um policial disfarçado e Zappa foi preso em flagrante por confeccionar material pornográfico. Passou alguns dias na cadeia antes de seu pai chegar de Baltimore para pagar sua fiança e poder liberá-lo. De positivo, como ex-detento, Frank Zappa não poderá mais, segundo a lei, ser convocado as forças armadas, perdendo assim a oportunidade de lutar no Vietnã.
Nesta fase entre 61/62, Zappa começa a compor uma opera rock chamada "I Was A Teenage Malt Shop", projeto que permaneceria inacabado. Nesta mesma época, Zappa compra de um estúdio de cinema diversos cenários futuristas, que montou no Studio Z. Resolveu então escrever um roteiro para uma ficção cientifica, que depois tentaria filmar com a ajuda dos amigos. Assim Frank Zappa cria para Don Vliet o personagem Captain Beefheart, personagem central do filme intitulado "Captain Beefheart vs. The Grunt People". O termo Beefheart sendo inspirado no tio de Vliet que curiosamente usava esta expressão para designar seu próprio membro. Don Vliet assumiria a partir de então o nome Captain Beefheart para o resto de sua carreira artística.
Ainda em 1962, Zappa recebe um segundo convite para fazer uma trilha sonora para outro filme, "The World's Greatest Sinner", hoje relegado à controvertida glória de filme cult. Zappa, morando no estúdio, passa a ser um maníaco por gravações, se tornando um ás na arte de corte (com o uso de uma gilete) e edição. Com a ajuda de um técnico, ele transforma o estúdio em três, e depois cinco canais, se especializando também na técnica de overdub. Isto, quando a industria sequer tinha ainda instalado a máquina de quatro canais e a gravação estéreo como padrão de mercado.
Conhece, se apaixona, e quase de imediato, casa com Gail Zappa, sua companheira para o resto da vida. Logo ela estaria dando luz à primeira filha do casal, Moon Unit Zappa. Sempre tendo grande interesse voltado para som percussivo, arranja uma apresentação musical utilizando uma bicicleta como instrumento, conseguindo com a curiosidade, uma aparição no programa de televisão "The Steve Allen Show" em 1963.
No ano seguinte foi convidado pelo amigo Ray Collins a substituir o antigo guitarrista de sua banda The Soul Giants. A formação incluía Dave Coronado no sax, o mexicano Roy Estrada no baixo e Jimmy Carl Black, um autêntico índio Cheyenne, na bateria. Coronado acabaria preferindo sair da banda uma vez que Zappa convencera todos a tocar suas composições. Zappa assumiria o controle da banda e mudaria o nome para the Muthers e depois Mothers. Como golpe publicitário, realizam um show de inauguração oficial da banda no dia das mães.
Durante sua pior fase financeira, a banda juntava cascos de garrafas, levantando assim dinheiro para comprar pão e mortadela para ter o que comer nos ensaios. Justamente nesta fase é que Tom Wilson, produtor da MGM Records foi convencido a sair do bar Whiskey Au-Go-Go onde estava, e atravessar a rua para outro bar, ouvir the Mothers, que naquele exato momento estava tocando uma versão de um número de r&b, totalmente irrelevante ao material normalmente tocado pela banda. Wilson, com pressa, ouviu dois minutos e mandou contratar, em um dos maiores golpes de sorte de uma banda na historias do rock.
A gravadora exige que the Mothers mude de nome pois em inglês, um Mother (mãe) se referindo a alguém do sexo masculino, é implicitamente associado ao palavrão Motherfucker. A banda então aceita a sugestão da gravadora e passa a usar o adendo The Mothers of Invention (As Mães da Invenção). Gravado no estúdio da MGM e lançado em 1966 pela sua subsidiaria, a Verve Records, o álbum duplo "Freak Out!", dá inicio a uma carreira extremamente produtiva, embora na época poucos especulariam sobre o tempo de duração da banda ou sua demanda comercial.
O disco une material de doo-wop com música eletroacústica, distribuindo igualmente sátira e crítica às composições, além de uma complexidade estrutural, apesar de algumas limitações de sua banda. Canções como "Go Cry On Somebody Else's Shoulder" e "You're Probably Wondering Why I'm Here", demonstram bem este aspecto satírico/analítico enquanto apresentado em formato de rock simples e doo-wop. Outras peças como "Help! I'm A Rock", "Who Are The Brain Police" e "Return Of The Son Of Monster Magnet", exigem uma maior aceitação de, como diria o próprio Frank Zappa, "coisas que não são normais." O disco passa a ser respeitado como cult na Europa, embora com pouca ou nenhuma repercussão positiva nos Estados Unidos. Para muitos, Freak Out! é o primeiro disco conceitual do rock e por pouco não é o primeiro álbum duplo do rock também.
Seu próximo disco, "Absolutely Free", faria outro marco importante para sua imagem na Europa como artista intelectual sério. O disco oferece novamente seu humor ácido e crítico direcionados a América e sua mentalidade industrial onde rege a quantidade sobre a qualidade, criticando também o americano comum por aceitar e encorajar esta postura. Assim, na Europa, tornam-se clássicos do underground canções como "Plastic People", "Call Any Vegetable", "Brown Shoes Don't Make It" e "America Drinks And Goes Home."
Seus shows são divertidos e o grosso de seu público passa a ser formado cada vez mais por uma minoria estudantil americana. Sua persona de "Mestre de Cerimonias" é bem ao estilo dos anos 50, uma arte ao seu ver em extinção. Trata sua audiência paternalmente, "Good night boys and girls", ao mesmo tempo que deixa acesso livre para a plateia participar do show, subindo no palco e interagindo com a banda em mini peças teatrais, que compõe boa parte de sua apresentação ao vivo. Sua capacidade de dominar uma audiência e manter este controle sobre eles, é impar. Sua música flutua entre doo-wop, free jazz, r&b, música de câmara e eletroacústica. Suas composições, principalmente suas partituras percussivas, tem em si grandes doses da influência de Varese.
Aos poucos, além de engraçados e divertidos para o público assistir, seus shows começam a atrair outros músicos a quererem se afiliar a banda. Vão entrando e compondo as diversas formações dos Mothers of Invention músicos desconhecidos como Elliot Ingber, Billy Mundi, os irmãos Bunk e Buzz Gardner, Don Preston e possivelmente o mais talentoso destes, Ian Underwood, bacharel em piano e exímio saxofonista.
Em 1967, aproveitando uma temporada da banda em Nova York, Zappa assina um contrato com a Columbia Records, gravando uma serie de composições com a orquestra da gravadora. Zappa alegaria depois que ele acreditava que seu contrato com a MGM como membro dos Mothers of Invention, não o impediria de ter outro contrato com outra gravadora sob seu nome pessoal. Evidentemente que a MGM travou a fita e uma vez o equívoco fosse resolvido entre as duas gravadoras e o artista, Zappa usaria este material mixando também material experimental que inclui conversações, lançando tudo com o curioso nome de "Lumpy Gravy".
Outro disco marco de sua carreira seria o álbum "We're Only In It For The Money", um disco analítico da América, mormente da costa oeste, no ano de 1967. O disco questiona o movimento Flower Power, como também satiriza o hippie de ocasião e todo o movimento de San Francisco, então no seu auge. Acusa a tradicional usurpação de idéias "alternativas" pela industria tornando-as em produtos para consumo de massa. Esta observação fica clara quando Zappa utiliza o layout do disco Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles  para fazer uma paródia.
O disco é proibido de ser lançado com a capa original, por estar infringindo direitos de criação e o processo atrasa em quase um ano o lançamento. Zappa inverte as capas, utilizando então a capa de dentro como capa externa e vice versa, conseguindo assim driblar a acusação, e o disco chega às lojas em 1968.
O ano de 1968 foi em si um ano marcado pela política e lutas estudantis ao redor do mundo. Na Tchecoslováquia, jovens usariam a canção "Plastic People", do álbum Absolutely Free, como hino de protesto durante as manifestações em Praga. Atitudes similares aconteceriam na Polônia. Na América, a controvérsia da capa de We're Only In It For The Money como também sua crescente popularidade na Europa, chama a atenção da crítica americana para a banda; muitos ainda não entendendo o material. Zappa continua sendo completamente ignorado pela mídia e grande público, mas respeitado entre ouvidos mais treinados e exigentes.
Grava então sua ode para o doo-wop, estilo muito popular antes da Beatlemania, que é o disco "Cruising with Ruben & the Jets". Paralelamente, posa sentado de calça arreada, sobre uma privada, para um poster publicitário. Com isto, Frank Zappa passa a ser um nome que todo mundo ouviu falar mais quase ninguém realmente ouviu. Por conseguinte, muitas coisas ditas a seu respeito são falsas. Entre as mentiras mais famosas, existe um de que Frank Zappa havia comida cocô no palco em um dos seus shows. Ele passaria boa parte de sua vida negando tal feito.
Durante o período entre 1967 e 1969, Zappa tem aproveitado cada oportunidade para escrever uma vasta gama de material de música de câmara. Diferente da maioria dos músicos que conhecemos, Zappa não compõe utilizando um piano ou violão. Ele compõe música usando apenas a caneta e o papel. Elas nascem em forma de partituras para depois algum dia serem efetivamente executadas por músicos.
Zappa organiza então este material mais recente, arranjando-o para uma trilha sonora, e aproveita para escrever o roteiro para um filme de monstro, tipicamente B (tão comum após a Segunda Guerra) que ele batiza de "Uncle Meat". Sem conseguir os devidos fundos, apenas parte do material musical seria lançado em seu álbum duplo, "Uncle Meat" de 1969. Levaria outros dois anos para conseguir colocar a maior parte da trilha, desta vez em outro filme escrito por ele, já com outro roteiro e concepção, agora chamado, "200 Motels" (1971).
Entre 1968 e 1969, a MGM/Verve andava mal das pernas, e Zappa funda sua própria gravadora, a Bizarre Records. Paralelamente vários membros dos Mothers of Invention são substituídos. Zappa e Ian Underwood gravam então um dos discos mais queridos de sua discografia: "Hot Rats". Nele há a participação de um jovem violonista francês chamado Jean Luc Ponty. Frank Zappa, ainda viria a produzir o primeiro disco de Ponty, intitulado "King Kong", com Ponty interpretando composições do próprio Zappa, várias ainda inéditas até então.
"Hot Rats" também oferece a colaboração de Captain Beefheart e traz à tona o violonista Sugar Cane Harris, tocando violino elétrico pela primeira vez. Harris voltaria a participar de seu próximo e ultimo disco com os Mothers of Invention, "Burnt Weeny Sandwich".
Zappa também contrata para a Bizzare Records uma banda com um nome único, Alice Copper, os aconselhando apenas a mudar de visual, então excessivamente normal. Entre outras bandas a fazerem parte do novo selo, sendo gravados, produzidos ou orientados por Frank Zappa, estão Tim Buckley, Captain Beefheart & His Magic Band, a dupla Judy Henske & Jerry Yester (ex- Lovin' Spoonful), Tim Dawn, Wild Man Fisher e The GTO's. Nem todos marcaram a indústria.
Em 1970, a banda Mothers of Invention seria desfeita para retornar alguns meses depois com outra formação, agora sendo tratados apenas como the Mothers. Neste período de transição Zappa lança "Weasels Ripped My Flesh", uma coletânea de material ainda inédito de várias fases da banda. Da ultima formação dos Mothers, permanecem Ian Underwood e Don Preston. Zappa encontra e contrata Jeff Simmons para o baixo, e um pianista achado em um barzinho de Los Angeles, chamado George Duke. Duke iria depois seguir uma carreira de muito sucesso na década de setenta, mormente seus trabalhos com Stanley Clark. Soma-se então ao grupo a dupla de vocalista da banda the Turtles, Mark Volman e Howard Kaylan, como também o ex-baterista do John Mayall's Bluesbreakers, Ansley Dunbar.
Por limitações financeiras Zappa é obrigado a vender a Bizarre Records e todo o seu catalogo para a Warner Brothers, que mantém o selo da Bizarre apenas para os discos dos Mothers, agora Bizarre/Reprise. Os demais artistas que permaneceram com a Warner foram repassados para sua subsidiaria Reprise Records. Musicalmente, o período entre 1970 e 1972 encontraria Zappa fazendo um maior uso de piadas picantes e contando longas histórias com intervenções musicais e trilha sonora, aproveitando bem a força de locução da dupla Volman e Kaylan, que passam a ser apelidados de Flo & Eddie. Sua intenção é de tentar fazer suas composições mais complexas, um pouco mais acessíveis para um público jovem e pouco intelectualizado. Deste período, Zappa lança "Mothers Live Fillmore East: June 1971", "200 Motels" (The Mothers + A Orquestra Filarmônica de Londres) e "Just Another Band From L.A.".
Durante a sua excursão Européia no final do ano, a má sorte lhe causa inúmeros prejuízos. Primeiro, em Montreux, um incêndio causado por alguém da plateia soltando um rojão, queima o teatro onde a banda estava tocando, causando a perda de todo o teatro e, evidentemente, do equipamento da banda que lá estava. Este incidente ficaria famoso nos versos da música "Smoke On The Water" da banda deep purple Tiveram que alugar equipamentos para o restante da excursão. Pouco depois, durante outra apresentação, alguém cismado que a namorada estava mais interessada em Zappa, consegue subir no palco. O rapaz se aproxima de Zappa enquanto este estava concentrado em meio a um solo de guitarra, e empurra o músico para dentro do fosso da orquestra. Pego de surpresa, Zappa cai de mau jeito, sobre o pescoço (o que mudaria sua voz para uma região mais grave) e quebra a perna, tendo que ser hospitalizado. O restante da excursão foi cancelada e a banda desintegrou.
Zappa então passa a escrever incessantemente material orquestral. Monta uma banda com um naipe colossal de sopros, reunindo os melhores músicos de estúdio de Los Angeles, e faz uma pequena série de apresentações pelos Estados Unidos. Apesar do prazer profissional, o capricho estava saindo demasiadamente caro para manter e a banda teve que ser desfeita. Apenas um número menor de músicos foram mantidos. Deste período, Zappa grava e lança os discos "Waka Jawaka" e "The Grand Wazoo".
A partir de 1973, Zappa já não é mais visto pela critica especializada como um aloprado e sim como um músico sério, mesmo que excêntrico. Sua fama de carrasco se espalha, obrigando seus músicos a estudar e estudar e estudar, para conseguir executar material de alto nível de dificuldade. Para isto, antes de levar uma banda para a estrada, Zappa passa dois meses ensaiando seis dias por semana, com um mínimo de seis horas, chegando as vezes a dez horas por dia. Quem não se enquadra é despedido. Outra curiosidade em relação a sua fama de organizador é que nenhum músico pode subir no palco intoxicado. Zappa é claro quando diz que não se interessa pelo comportamento de ninguém na vida particular, mas a sua música já é difícil o suficiente estando sóbrio. Quem for pego "doidão" antes de entrar em cena é sumariamente despedido, seja ensaio ou show.
Ele enterra de vez seu selo Bizarre e lança seus discos agora sob o selo DiscReet/Straight Records, sua filial dentro da Warner Brothers. Reúne o melhor de suas bandas anteriores como o casal Ian e Ruth Underwood, George Duke, Jean-Luc Ponty e Sal Marquez. Também traz novos membros: Ralph Humphrey e os irmãos Bruce e Tom Fowler. O resultado é um dos seus discos mais populares entre o público jovem de 1973, chamado apropriadamente de "Over Nite Sensation". Canções como "Dinah-Moe Hum", "Montana" e "Camarillo Brillo" serão preferidas entre as rádios universitárias e rádios FM da época.
Zappa segue compondo material cada vez mais jazzista e que desafia cada vez mais os músicos de sua banda. Entre 1973 e 1975 além dos já mencionados, ele tocaria com Jack Bruce, Jim Gordon, Jeff Simmons, Napolean Murphey Brock, Chester Thompson, Don Preston, Tony Duran, Sugar Cane Harris, Walt Fowler, Denny Walley e o velho bluseiro, Johnny 'Guitar' Watson. Os discos "Aposterphe(')", "Roxy And Elsewhere" e "One Size Fits All" lhe rendem respeito igualmente dentro da comunidade jazzista e roqueira.
Em 1976, Zappa, desanimado com seu contrato com a Warner, é informado que está devendo seis álbuns antes de poder considerar seus compromissos com a gravadora como concluídos. Ele desmonta sua banda, nunca mais usando o nome Mothers. Passa praticamente o ano no estúdio e quando excursiona, o faz com um pequeno quarteto, que inclui Terry Bozzio, Napoleon Murphey Brock, Roy Estrada e André Lewis.
No estúdio, grava e produz uma serie de composições que engloba desde o âmbito mais jazzista até o puro orquestral. Entre estas gravações, também monta rapidamente um disco onde toca praticamente todos os instrumentos . O disco, chamado "Zoot Allures", teria na capa, a formação de sua próxima banda.
Com Terry Bozzio na bateria, Patrick O'Hearn no baixo e Eddie Jobson nos teclados, somados ao cantor Ray White, a percussionista Ruth Underwood, e mais o naipe de sopros do SNL, Zappa passa a semana de Natal e Ano Novo tocando em Nova York, rendendo inclusive uma passagem no prestigioso programa Saturday Night Live.
Zappa monta então para 1977 uma caixa de cinco discos chamado "Läther" e o entrega para a Warner, considerando assim, seu contrato com a gravadora devidamente encerrado. Ele pede então a devolução de todos os rolos de fita masters de todos o seu catalogo de discos. A Warner porém recusa-se a lançar a caixa, considerando o formato excessivamente anti-comercial. A gravadora também informa ao artista que todo seu catalogo pertence à gravadora e não a ele. Dá-se inicio a uma disputa judicial entre Frank Zappa e a Warner Brothers que só seria vencido pelo artista em 1979. Neste interim a Warner lança aos pingos boa parte do material contido em Läther em quatro álbuns separados. São eles, "Zappa In New York" (2LP), "Sleep Dirt", "Studio Tan" e "Orchestral Favorites".
Zappa excursiona durante os anos de 1977 e 1978 com o que muitos consideram sua banda mais pesada. Além dos já citados Terry Bozzio e Patrick O'Hearn, estão Ed Mann nas percussões; uma dupla de tecladistas, o austríaco Peter Wolf e o nicaragüense Tommy Mars; Roy Estrada nos vocais e por último, um guitarrista que Zappa encontrou em um barzinho de quinta categoria perdido no Texas. O rapaz é ninguém menos do que Adrian Belew.
Enquanto seu processo com a Warner corre, ele monta sua própria gravadora, a Zappa Records. Sua gravadora fecha contrato de distribuição com a CBS Records e tem como seu primeiro produto no mercado o álbum "Sheik Yerbouti", seguido pelos dois LP's "Joe's Garage - Act I" e "Joe's Garage Act II & III", com um elenco que inclui o guitarrista novato Warren Cucurullo, o baterista Vinnie Colaiuta, o baixista Arthur Barrow e o vocalista Ike Willis. Zappa, em dezembro, terminaria o ano lançando o filme "Baby Snakes", que mostra os melhores momentos de sua já tradicional temporada de Halloween em Nova York do ano anterior.
Uma vez ganha a disputa judicial com a Warner Brothers, Zappa retoma posse de todas as fitas mestres do seus discos anteriores. Investe seu dinheiro em um pequeno complexo de estúdios batizado curiosamente de The Utility Muffin Research Kitchen e seu estúdio No.1 de Joe's Garage. O complexo inclui também um escritório que cuida de mercadoria a ser vendida para o público via correspondência. Este setor de sua empresa é, em si, uma empresa à parte, chamada Barfko Swill, dirigida e comandada por Gail Zappa, sua esposa. Zappa encosta a Zappa Records e seu contrato deficitário com a CBS e cria outro selo, o Barking Pumkin Records.
Lança então três LP's só de solos de guitarras, pensando em um público específico de guitarristas, e possivelmente outros estudantes de música. FZ não crê, a princípio, que vá ter uma grande procura. Engano seu. Estes discos não são encontrados em lojas, sendo adquiridos nos Estados Unidos apenas através de correspondência. São eles "Shut Up N' Play Yer Guitar", "Shut Up N' Play Yer Guitar Some More" e "The Return Of The Son Of Shut Up N' Play Yer Guitar". Para a Europa, ele permite o lançamento em lojas dos três discos em formato de caixa tripla. Este formato se mostra extremamente popular e começaria a ser importado para os Estados Unidos.
Assim sendo, em 1981 Zappa lança a caixa tripla também na América no mesmo dia que seu mais novo álbum duplo, "Tinseltown Rebellion" de gravações ao vivo realizadas no inicio do ano. A banda basicamente é a mesma, porém com duas modificações e duas adições. A soma de mais um tecladista, Bob Harris que já tocara com Zappa em 1971 e 1972, além da volta do cantor Ray White; na bateria, o estreante David Logemann e na guitarra, um rapaz recém saído da faculdade chamado Steve Vai que continuaria com Zappa até 1984 seguindo então para fama mundial como um dos mais hábeis guitarristas vivos.
Ainda em 1981, Zappa lançaria outro álbum duplo de material de estúdio chamado "You Are What You Is". A temática do disco seguiria com pesadas críticas à proliferação de programas televisivos regidos por pastores evangelistas. Zappa questiona abertamente as fortunas que estas igrejas repentinas levantam, sem precisarem pagar impostos. Canções que abrangem estes temas são "The Meek Shall Inherit Nothing" (O Humilde Não Herdará Nada) e "Heavenly Bank Account" (Sagrada Conta Bancaria).
Outro assunto que passaria a freqüentar este e os próximos discos do Zappa é o uso excessivo de cocaína pela sociedade moderna. A canção "You Are What You Is" teria seu video clip banido pela MTV por mostrar um sósia do então presidente Ronald Reagan sentando na cadeira elétrica e sendo executado por um negro. Reagan, como alguns já devem ter esquecido, enquanto governador da California no final da década de sessenta, foi acusado de ter pertencido quando jovem, ao grupo racista conhecido como Klu Klux Klan.
Em 1982, Zappa conheceria seu primeiro Top 10 hit com a canção "Valley Girl". A canção basicamente consiste em uma bateria (Chad Wackerman), um baixo (Scott Thunes) e a voz de sua filha Moon Unit Zappa recitando uma história sobre uma adolescente da região do San Fernando Valley. A intonação típica da região é na voz de Moon ironizada, ela criando no processo, alguns termos que se tornarão gíria em todo o país, graças ao sucesso da canção. O estilo "Geração Valley" seria tão popular, que até hoje é imitada por personagens adolescentes como no filme "As Patricinhas" ou o desenho "South Park".
A imprensa começa a tratá-lo como gênio incompreendido. Sua vitória contra a poderosa gravadora Warner Brothers em 1979 lhe dá mais respeito entre uma maior gama de artistas. Com o seu vasto catálogo de discos, suas bandas, um celeiro de talentos, e agora dono de sua própria empresa, o termo sucesso é constantemente aplicado para definí-lo. Nunca  Frank Zappa esteve tão respeitado pela critica especializada, e, assim sendo, passa a freqüentar as capas das melhores revistas sobre música do mundo.
Zappa segue o restante da primeira metade da década de 1980 excursionando e produzindo discos de complexidade musical e relativa variedade temática. Destes, possivelmente o melhor seja o "Them Or Us", primeiro a conter uma participação de seu filho, Dweezil Zappa.
Em destaque fica também o disco "LSO Vol.1", disco lançado pelo selo Zappa Records que contém a Orquestra Sinfônica de Londres tocando material inédito do compositor. O Vol.2 sairia em 1987. Agora com um contrato de distribuição com a EMI, o selo arranja para que Zappa trabalhe com Pierre Boulez, resultando no LP "A Perfect Stranger".
Zappa também investe no ramo de vídeos, abrindo sua firma Honker Videos, o logo sendo o formato de seu nariz protuberante. Com a Honker, Zappa passa a controlar lançamentos de suas apresentações, como também relançamentos de seus primeiros filmes. Entram assim no mercado sete títulos diferentes, de material antigo embora inédito, como "Uncle Meat", até coisas mais recentes como "Does Humour Belong In Music?" que contém uma parte da apresentação de sua banda em Nova York em 1984.
Para aumentar ainda mais a variedade de gêneros e estilos na sua discografia, Frank Zappa descobre a existência de um músico italiano barroco chamado Francesco Zappa. Sua pesquisa o leva a encontrar uma série de partituras deste obscuro músico e a coincidência do nome o leva a gravar este material, utilizando um instrumento recém lançado no mercado, o Synclavier.
Com uma ação levantada por um grupo de senhoras, esposas de senadores, que vão ao congresso pedir que se estude uma maneira eficaz de censura para músicas consideradas obscenas, Frank Zappa é um dos primeiros a gritar contra. Ele faz campanha defendendo a primeira emenda da constituição que declara a liberdade de expressão. O processo segue durante o curso do ano de 1986 e acaba com uma legislação que não censura o material artístico a ser lançado, mas cria a obrigação por parte das gravadoras, a terem que colocar um adesivo avisando que o material contido na obra pode ter linguagem considerada agressiva para o consumidor.
Em meio a este debate público na América, Zappa lança o disco "Frank Zappa Meets The Mothers Of Prevention", que explora o assunto com o tema "Porn Wars". O material mistura composições no Synclavier com algumas com banda "viva". Ciente do nível de dificuldade de suas composições e a dedicação exigida para músicos poderem executá-las corretamente, Zappa vê no Synclavier sua chance para conquistar uma liberdade como compositor. Agora ele não é mais limitado a escrever música que seja humanamente possível tocar. A máquina pode executar a canção em tempos humanamente impossíveis se ele puder escrever para isso. Zappa então declara para o espanto de muitos, sua intenção de abandonar a guitarra e não mais excursionar com banda, se dedicando exclusivamente a composições com o Synclavier. O primeiro de tais trabalhos é o disco "Jazz From Hell" que receberia seu primeiro e único Grammy.
O ano de 1987 é dedicado ao relançamento em vinil de todo seu antigo catalogo da Verve e Bizarre, agora pelo selo Barking Pumpkin, no que foi chamado de "The Old Masters Box 1, 2 e 3". Ele aproveita para lançar uma fita cassete para uma edição especial da revista Guitar World recheada de solos ainda inéditos, chamada "The Guitar World According To Frank Zappa".
Curiosamente em 1988 ele volta atrás e resolve excursionar novamente. Monta uma banda contendo uma grande quantidade de sopros, recurso ausente em suas bandas desde 1976 e excursiona Europa. Durante a metade da excursão americana dores obrigam ao cancelamento do tour. Levaria outros quatro anos até ele se pronunciar publicamente como tendo câncer na próstata. Um dos primeiros a defender a mudança do mercado para gravação digital, fecharia negócios com a Rycodisc que passaria a lançar todo o seu catalogo em CD. Zappa passaria então a se dedicar a editar e mixar um vasto material guardado em seu cofre. Este material seria periodicamente lançado como a série "You Can't Do That On Stage Anymore", tendo o volume 6 sua última edição.
Ainda em 1988 lançaria o álbum duplo chamado simplesmente de "Guitars", novamente como no projeto "Shut Up N' Play Yer Guitar", contendo somente solos. Tira o ano para se candidatar à presidência dos Estados Unidos. Em seu discurso oficial para candidatura ele declara, "Não conseguiria ser pior do que os que já passaram por lá". Seu último lançamento em vinil foi o álbum duplo ao vivo, "Broadway The Hard Way", onde a temática continua a debochar das relações de interesse mútuo entre políticos e pastores evangélicos.
Em 1989 lança sua biografia, "The Reel Frank Zappa Book", como também fecha contrato com a Rhino Records para lançar oficialmente todo material incluídos nos seus piratas mais populares. Tática sem precedente, a intenção é obviamente vencer o mercado da pirataria lançando o mesmo material oficialmente e assim, passar a lucrar com estes discos que há anos circulam no mercado. Assim nasce a serie "Beat The Boot! Vol. 1 & 2".
Na década de noventa, Zappa lança o material da sua última excursão em dois CD's duplos, chamados The Best Band You Never Heard In Your Life e Make A Jazz Noise Here. Outros CD's, todos duplos, exploram fases mais antigas de sua carreira, como Playground Psychotic, contendo a fase com a dupla Mark Volman e Howard Kaylan, como também Ahead Of Their Time, oferecendo uma apresentação do Mothers of Invention no Albert Hall em 1968.
Seu último disco vivo foi o CD de música de câmara, The Yellow Shark, realizado graças ao grupo alemão chamado The Ensemble Modern. Zappa que já tinha praticamente desistido de gravar um trabalho mais erudito, dado a dificuldade em conseguir uma grande quantidade de músicos a estudar obsessivamente as partituras e os fundos que estes ensaios, nem sempre produtivos custam, teve com o Ensemble Modern, a grata surpresa e prazer de encontrar um grupo de músicos totalmente dedicados a sua música.
O material estreou em 1992, durante uma feira cultural em Berlim, na Alemanha, onde Frank Zappa assistiu a primeira de uma serie de apresentações. Se sentindo mal, voltou imediatamente para California. Lá, ele editou, mixou e lançou o disco.
Frank Zappa veio a falecer pouco depois, no dia 4 de dezembro de 1993 em sua residência em Canoga Park, Califórnia. Ele deixa uma viuva, Gail Zappa e quatro filhos, Moon Unit, Dweezil, Ahmit e Diva Zappa. Deixa também quase prontos dois álbuns. O primeiro foi lançado no primeiro aniversário de morte, chamando-se Civilization - Phase III, uma espécie de seqüência de Lumpy Gravy, utilizando gravações de falas e temas tocado no Synclavier. Depois, seria lançado pela família Lost Episodes, oferecendo material gravados entre 1962 e 1969.
A família Zappa funda The Zappa Family Trust que cuida de todo o espólio do artista e periodicamente lança um CD novo. Geralmente o material consiste em coletâneas ocasionalmente oferecendo algumas faixas com versões alternativas para poder também atrair o interesse do fã fervoroso. Para estes, as opções mais interessantes são os CD's Mystery Disc e Cucamonga, totalmente dedicados a oferecer gravações obscuras do artista.
Em 11 de Maio de 1980, foi descoberto pelo astrônomo tcheco, L. Brozek, um pequeno planeta entre Marte e Jupiter. O planeta tem um curso elíptico que dura aproximadamente quatro anos e oito meses, em tempo terreno, para dar uma volta completa pelo sol. A ele foi dado o número oficial de 3834. Surgiu então a idéia de um professor italianos a batizar a pedra sideral com um nome que homenageia Frank Zappa. Depois de um ano de campanha, e esforços combinados, que incluiram correspondência maciça pela internet por parte de fãs, como também uma carta de bons votos do Diretor de Política Externa da Tchecoslováquia Dr. Pavel Seifter, escrito em nome do chefe de estado daquela nação, Presidente Vaclav Havel, e do oportuno apoio de Dr. Brain Marsden do Minor Planet Center (Centro de Planetas Menores), uma ramificação do Smithsonian Astrophysical Observatory (Observatório Smithsonian de Astrofísica), que levou a proposta para a instituição competente, a International Astronomical Union (União Astronômica Internacional). Foi oficialmente homologado o nome do planeta para (3834) Zappafrank no dia 22 de Julho de 1994.
Com a noticia de que Frank Zappa havia se tornado nome de um pequeno planeta dentro do nosso sistema solar, outro professor, Dr. Bob Belas, assistente no Sensory Transduction Center of Marine Biotechnology, que faz parte do Instituto de Biotecnologia da Universidade de Maryland, situado em Baltimore, cidade onde Frank Zappa havia nascido, identificou um gen dentro de uma bacteria Proteus que libera uma enzima "IgA Protease." Esta enzima está sendo extra oficialmente batizada de zapA. Faltam ainda os trâmites legais para o nome ser oficial. Tendo agora um planeta homenageando Frank Zappa, conhecendo o seu senso de humor tão especial, podemos procurar um novo significado em seus dois títulos, "Cosmic Debris" (74) e "Help!, I'm A Rock" (66).